sábado, 29 de dezembro de 2018

Sonata - Parte 13 - Estado Policial



Com o fim dos governos mundiais, a megacorporação Sonata fundou sua própria metrópole das ruínas do mundo antigo. A massa de trabalhadores responsáveis pela reconstrução logo perceberia que sua salvação teria um pesado preço. Para manter a ordem e sobretudo o controle populacional, foi criada a Polícia de Sonata, uma organização militar baseada no controle e na repreensão. Mas sua atuação ia muito além de apenas manter a ordem e obedecer a lei. Com a ausência total de qualquer regulamentação do Estado, logo a organização direcionou-se ao controle social e político, orquestradas pela alta cúpula corporativa.
A macro jaula estava criada. Operando em conjunto com a mídia e outros aparelhos de comunicação, a Polícia de Sonata ajudava a limitar e controlar todo tipo de informação, alienando a população e doutrinando-os segundo os interesses da própria cúpula. Desta maneira, não havia mais questionamentos, não havia mais meios alternativos, e os descontentamentos e dissidências eram brutalmente punidos. As forças de segurança pública não agiam mais em defesa do povo. Seu lema “Servir e Proteger” foi substituído por proteger e servir os interesses corporativos. Liberdades civis foram sistematicamente suprimidas e a pena para quem violasse o rígido código de conduta seria o aprisionamento, a execução e o banimento.
O banimento era algo misterioso até para a polícia. Atrás da extensa muralha que rodeia a metrópole, nem mesmo os policiais de patrulha, os investigadores criminais e os agentes penitenciários sabiam o que se passava no exterior. Haviam divisões distintas da polícia encarregadas de supervisionar o perímetro metropolitano, e essas divisões respondiam diretamente às corporações. Os habitantes foram obrigados a acreditar que não havia mais vida na Terra, que além das muralhas o mundo estava destruído e que Sonata era o único bastião em que se pudesse sobreviver.
Mas os humanos são indômitos e rebeldes, e essa rebeldia nem mesmo as corporações conseguiriam controlar. Insatisfação e revoltas se generalizaram pela metrópole, motivados por liberdades e condições mais dignas. Todas foram brutalmente suprimidas em sangrentos confrontos, mas nem mesmo com o banho de sangue e o alto número de vidas perdidas o combate ao regime totalitário parou. Facções surgiram, adotando crenças e ideologias no novo mundo opressivo.
Os policiais treinados, competentes e comprometidos com o bem-estar da metrópole, geralmente consideravam as facções como organizações criminosas e terroristas, desprezando qualquer visão ideológica que elas pudessem ter. Detetive Burton é um desses homens. Atuando na polícia há vinte anos, ele ascendeu de soldado recém-formado até o cargo de detetive. Ele esteve presente quando os cidadãos se revoltaram, quando os ativistas adotaram as causas mais absurdas e quando os primeiros atentados terroristas começaram. E desde então os atentados têm sido cada vez mais frequentes.
Famoso por caçar e prender terroristas, o detetive Burton era constantemente designado para as operações antiterrorismo. Interromper os ataques e evitar os atentados era essencial, pois assim eles salvavam vidas. As operações deveriam ser precisas e cautelosas. Ao terem seus planos frustrados, os terroristas estavam ficando cada vez mais agressivos. Levando isso em conta, o detetive era o mais eficiente dos agentes de segurança, pois sua coragem era inigualável.

§

Detetive Burton está parado em frente à janela. Ele olha para uma passarela abaixo, muito movimentada e iluminada por luzes amarelas. Acima, nas janelas de outra megatorre, franco-atiradores posicionam suas armas. Todos estão à postos.
Era uma noite movimentada, haviam muitos aerocarros passando. Qualquer ruído tira sua concentração, o apartamento escuro o estressa, ele já estava esperando por duas horas. Atrás dele havia mais quatro policiais, em silêncio e aguardando também. Um deles estica seu braço e pergunta:
- Vocês querem cigarro?
Burton aceita e, juntamente com os outros três, começam a fumar. Os policiais começam uma conversa.
- Que saco.... Estamos há quantas horas aqui?
- Umas duas horas.... Alguém está com fome? Estou morrendo de fome.
- Eu tenho algumas barras energéticas comigo.
Ao lhe entregar uma barra, o policial rasga a fina embalagem e comenta:
- Realmente não me inscrevi para isso. Eu quero estar nas ruas, fazendo patrulhas, prendendo criminosos, e não aguardando por algo que provavelmente nem vai acontecer.
- Temos que confiar na Polícia Secreta. Só eles têm acesso às informações.
- Polícia Secreta? Eis aí uma divisão que eu adoraria participar. – comenta outro.


- Infiltração e espionagem é um trabalho perigoso. O meu jeito é melhor, armar um exército e atacar ostensivamente o local onde esses terroristas se escondem. Queimando tudo, atirando em todo mundo e prendesse quem tentasse fugir.
- O que planeja é um banho de sangue. Esses terroristas têm armas, e armas avançadas e potentes como as da própria polícia. Ataca-los abertamente resultaria em enormes perdas para ambos os lados.
- É isso o que eu não entendo. Como eles têm armas? Quem os fornece armamento? Não é estranho que eles tenham tanto poder de fogo?
O policial tem razão. Burton também não consegue entender de onde vem o arsenal dos terroristas.
Uma voz lhe fala pelo headset:
“Detetive Burton, temos contato visual”.
Olhando pela janela, ele vê um homem encapuzado carregando uma volumosa mochila.
- Preparem-se! – ordena ele e os policiais rapidamente se prontificam.
O franco-atirador liga seu laser e percorre lentamente as costas de seu alvo. Ao chegar na altura da cabeça, ele pergunta:
“Alvo na mira. Aguardando permissão para atirar”.
Burton lhe responde:
- Permissão concedida.
Pondo seu dedo no gatilho, o franco-atirador finalmente atira. Um aerocarro passa no exato momento e intercepta o tiro, fazendo o motorista se assustar e perigosamente desviar seu veículo de curso. O homem encapuzado se assusta com os aerocarros buzinando acima e então vê o laser ofuscar os seus olhos. Havia uma dezena de lasers mirando seu rosto, todos prontos para apertar o gatilho. Apavorado, ele corre.
“Alvo não eliminado. Repito. Alvo não eliminado!”.
A voz fala em seu headset ao mesmo tempo que o Detetive Burton diz:
- Fomos descobertos, avançar!
Os policiais vestem seus capacetes e imediatamente deixam o apartamento. Burton segue à frente, empunhando uma pistola laser. Os policiais seguem atrás, portando seus fuzis.
As pessoas nas passarelas obstruem sua passagem, mas o detetive corre o mais rápido que pode. O alvo está mais à frente, mas é difícil vê-lo entre a multidão. Eles entram em um túnel, as lojas movimentadas, o barulho constante e os coloridos neons o confundem.
“Detetive Burton, informe!” – ordena a voz no headset.
- Estou em um túnel entre a megatorre. Não consigo ver o suspeito.
Os policiais se separam e vasculham o local. Com truculência, eles agarram alguns transeuntes e pedem seus documentos. Enquanto revistam os suspeitos, Burton vê ao longe um homem se escondendo atrás de uma barraca de comida chinesa.
- Ei, você!
O homem se assusta e novamente corre. Saindo do túnel, eles chegam a uma passarela maior, conectada em quatro caminhos entre as vias virtuais e as megatorres. Abaixo há uma linha de aerometrô onde os trens passam esporadicamente. O homem passa bruscamente pelas pessoas e tropeça, caindo ao lado do parapeito.
- Parado!
O detetive aponta sua arma para ele, mas o homem toma uma atitude impensável. Subindo pelo parapeito, ele se joga da passarela. Escorando-se no corrimão, Burton olha para baixo e o vê na linha de aerometrô, recuperando-se e correndo em seguida, embora agora estivesse mancando. Guardando sua arma no coldre, Burton sobe pelo parapeito e se joga também.
Para sua sorte, era linha dupla e os trens passavam indo e voltando. O homem estava mais à frente e corria heroicamente apesar de seus ferimentos. Burton ia logo atrás, decidido e implacável. Um trem avança pela linha e buzina, assustando-os. Eles se jogam para a esquerda pouco antes do gigante de aço atropelá-los com grande ímpeto.
- Não adianta fugir! Pare agora!
O homem o ignora e continua correndo. De repente aparece outro trem, desta vez atrás deles. Com a forte buzina, Burton instintivamente pula para a direita sem olhar para trás. O suspeito não desiste e corre pelos trilhos até parar sobre uma passarela abaixo dele. Haviam muitas pessoas nela, mas isso não o contém e ele pula sobre elas, causando grande confusão. Sem ter outra escolha, o detetive pula logo atrás.
A queda machuca seu pé, Burton não consegue mais correr. Cansado e irritado por tentar apanhá-lo e não conseguir, o detetive toma uma decisão imprudente. Sem se importar com os transeuntes, ele saca sua arma e atira. O homem, que corria desesperadamente aos tropeços, grita ao sentir o laser atravessando sua panturrilha.
Aproximando-se lentamente, Burton diz:
- Você está preso. Pela lei vigente de resistência à prisão, você teve todos seus direitos revogados.
Deitado enquanto segurava sua perna ensanguentada, o suspeito vira seu rosto para ele. O detetive Burton se espanta. Era apenas um garoto.
- Eu me rendo...
Burton observa sua aparência, era um jovem asiático. O garoto sua e ofega intensamente, não demonstrando qualquer sinal de agressão. Os demais policiais aparecem, apontando seus rifles para o rosto dele.
- Ora, mas é um jovem japonês? – pergunta alguém.
Inspecionado a mochila, os policiais a abrem e encontram explosivos enrolados em grossos tecidos de roupas. Ao tirá-las, Burton reconhece um quimono. Os explosivos têm dois cilindros contendo líquidos coloridos. Eles não estão armados e, por não estarem com os dispositivos de acionamento, são perfeitamente seguros.
- Responda-me, rapaz. Você é membro da Bushido?
O garoto recusa-se a responder. Outro policial diz:
- Negar-se a cooperar pode resultar em execução.
Irritado, o garoto responde:
- Vocês não me assustam. Vocês são apenas ferramentas, o braço armado das corporações. São cães treinados pelo Estado para a repressão civil e política. Vocês não contêm a violência, vocês a praticam. Foi a sua violência que ocasionou o surgimento das facções, e vocês sabem disso. Mais do que os nossos rivais na revolução, vocês são os nossos principais inimigos.
Os policiais se entreolham. Burton conhece aquele discurso, o mesmo discurso ideológico e fanático dos terroristas.
- Nós somos seus inimigos? – pergunta um policial.
- É óbvio que sim. E não importa se as corporações alienam suas mentes, manipulando-os para nos aterrorizar e oprimir. Quando as corporações forem destruídas e tomarmos o poder, vocês morrerão também.
O garoto demonstra convicção e ódio em suas palavras, a facção o doutrinou bem. Mais um jovem manipulado, mais uma juventude perdida, até quando isso vai durar? Burton então reflete: onde termina o limite entre o dever e a alienação? E se, em seu combate aos criminosos e terroristas, ele não estava se alienando também? Afastando os maus pensamentos, ele se acalma. Aqueles eram pensamentos perigosos.
Outro policial zomba do garoto dizendo:
- Ele pensa que vai destruir a polícia...
- A polícia é o símbolo da intolerância e repressão de Sonata. Sua arrogância é notória, vocês veem a metrópole como um cativeiro e tratam a população como reféns. Vocês invadem residências e perseguem os inocentes. São vigilantes, desconfiam de qualquer movimento e jamais arcam com as consequências. “Servir e proteger”... – ironiza ele – Com vocês nas ruas, a liberdade não é mais do que uma ilusão.
Burton intervém.
- É ilusão dar segurança ao trabalhador contra gente igual a você?
- Segurança?! Que segurança? Sua privacidade é tirada, seus direitos violados e sua liberdade proibida. De que segurança está falando? Certamente é aquela que protege as próprias corporações. Não há lugar para se esconder, vocês imputam em nossas mentes que “todos devem aceitar e todos devem aderir”. Querem nos conformar, nos sufocar, nos entregar às autoridades. Essa é a opressão reinante na metrópole. As corporações apenas emitem o aviso, vocês vão e aplicam o castigo.
Eles ficam em silêncio por alguns minutos. Os policiais isolam a área e várias viaturas sobrevoam o local. Um policial se aproxima e pergunta ao detetive:
- Burton, você está bem?
- Sim. Machuquei o tornozelo na queda, mas vou ficar bem.
- A ajuda médica já está a caminho.
- Burton, não é? Deve estar muito orgulhoso de si mesmo. Me perseguindo pelas passarelas como um bom soldado, um agente de segurança, um “superpolicial”... Você acha que ganhou alguma coisa aqui? Espera receber algum prêmio extraordinário? Se você soubesse o que eu defendo, o que eu quero para o povo sonatense, os direitos e liberdades que eu acredito, estaria ao meu lado agora.
Impressionado com sua ousadia, o detetive responde:
- Não me interessa. Você está preso, seu atentado terrorista falhou. Não há mais nada para se dizer aqui.
Sorrindo, o garoto pergunta:
- Falhou?
Segurando sua mão esquerda, o garoto a puxa e ela se desencaixa. Era uma prótese. Apertando um botão em sua base, eles ouvem o som de um beep em algum lugar. Então Burton exclama:
- É o detonador! Corram!
Os líquidos nos cilindros borbulham e os explosivos se ativam. Três segundos depois vem a explosão. A bola de fogo se eleva pela plataforma, fazendo o detetive Burton e os policiais voarem. O fogo se expande pelas vias virtuais, prejudicando a visibilidade dos aerocarros. Rachaduras aparecem, as estruturas se danificam e a passarela treme.
- Rápido! Saiam da passarela!
Ao dar dois passos, a passarela se solta e inclina-se para trás. Um policial está caído ao lado de Burton. Vendo que ele não se mexe, o detetive ordena:
- Levante-se! Temos que sair daqui!
O policial não se mexe. Virando-o, o detetive vê o enorme fluxo de sangue em seu rosto, o policial estava morto. A passarela se inclina ainda mais e Burton tenta arduamente se agarrar ao piso, arranhando-o como um gato. Ele não pode fazer nada a não ser ver o policial morto deslizar e cair nas elevadas alturas de Sonata.
- Detetive Burton! Segure minha mão!
Um policial tenta segura-lo. O detetive tenta se impulsionar com sua perna direita quando tem uma agonizante surpresa. Uma de suas pernas foi mutilada pela explosão. Percebendo seu estado de choque, o policial rapidamente o puxa pela roupa segundos antes da plataforma ruir e cair entre o vão das megatorres.
Deitados à beira do precipício, eles se recuperam. Os policiais veem uma enorme fumaça vermelha subindo e colorindo o ambiente. Na bomba foi instalado um corante, a Bushido havia deixado sua marca.
Burton está ofegante, a dor lentamente domina o seu corpo. Sua visão está um pouco embaçada, mas ele consegue ver as ambulâncias sobrevoarem o local. Atrás dele, em meio à fumaça vermelha da bomba, aparecem silhuetas ameaçadoras e horripilantes. Em passos precisos e sincronizados, a imagem se revela, são robôs. Burton sussurra para si mesmo: “Securitrons”.
O detetive não entende. Por que a polícia havia chamado aquelas implacáveis máquinas de matar? Sem tempo para pensar a respeito, os paramédicos aparecem e o informam:
- Não se preocupe, detetive. O senhor vai ficar bem.
Minutos depois uma ambulância o leva dali, encerrando a perigosa operação.

§

No dia seguinte, um homem caminha pelos corredores do hospital. Abrindo a porta, ele encontra o detetive Burton deitado em um leito. Cumprimentando-o, o homem pergunta:
- Olá, detetive. Como está?
Burton sorri e o cumprimenta, os dois são detetives no mesmo departamento de polícia.
- Olá, detetive Cazares. Estou bem, obrigado.
- E sua perna? Ocorreu tudo bem o transplante?
Burton ergue o lençol e revela sua perna, uma bioprótese idêntica à uma perna orgânica. Ele responde:
- Não sei explicar, mas eu não senti muita dor com a explosão.
- Fico feliz em saber que você está bem.
A televisão no alto da parede informa os ocorridos da noite anterior.
“Ontem à noite houve um atentado terrorista no Setor B. Um garoto de apenas dezesseis anos, identificado como residente do local, detonou uma bomba no meio de uma passarela de pedestres. A explosão foi tão intensa que conseguiu desestabilizar as estruturas e derrubá-la entre as megatorres. As autoridades tentaram evitar o atentado, mas sem sucesso. Três agentes de segurança pública se feriram e dois vieram a óbito no local. A facção terrorista Bushido, famosa por sua ideologia imperialista e simbolismo feudal japonês, assumiu a autoria do atentado, publicando um vídeo no ciberespaço, como consta a seguir”.
O noticiário exibe um vídeo caseiro. Um homem sentado em seus calcanhares e vestindo belíssimas armaduras samurais fala à câmera:
“Povo de Sonata, aqui é o Xogum Tokugawa, líder da organização Bushido. Como devem saber, um dos nossos agentes kamikazes detonou uma bomba no Setor B. Com seu sacrifício esperamos passar uma mensagem clara às autoridades corporativas e aos nossos inimigos ideológicos. Não vamos parar! Tomaremos o poder pelo sacrifício e pela honra dos valiosos guerreiros samurais. Sonata, pela primeira vez, experimentará a tão sonhada liberdade da qual nosso povo tanto anseia. Acabaremos com o xogunato opressivo das corporações e unificaremos nossa sociedade na instauração do glorioso império japonês. Em breve, queridos compatriotas, Sonata resplandecerá sob a bandeira do grandiosíssimo Sol Nascente”.
Com o fim do vídeo, a apresentadora continua noticiando. Os detetives assistem indignados à televisão, até Burton dizer:
- Canalhas. A metrópole está na mão desses loucos e desequilibrados...! As autoridades vão instaurar uma Lei Marcial?
- O atentado já foi consumado, não acho que vá adiantar alguma coisa... – então seu amigo pergunta algo incômodo – Você acha que o Estado Policial corporativo está chegando ao fim?
Vociferando com ódio, Detetive Burton responde:
- Eu prefiro morrer ao ver a metrópole livre das corporações!  
Abrindo sua pasta, o homem diz:
- Eu esperava que me dissesse isso. Veja esse dossiê, neles contém informações secretas sobre sua nova missão.
- Nova missão? Mas eu ainda estou me recuperando dos meus ferimentos.
- Eu sei, mas o Departamento de Polícia me pediu para chama-lo pessoalmente. Alguém fugiu de um presídio de segurança máxima e está foragido em algum lugar de Sonata. O nome do suspeito é Nathan Hill. Ele tem 30 anos e trabalhava na Electro Core. Essa pessoa tem informações secretas, sendo um risco enorme à nossa fragilizada sociedade. Não há tempo a perder, precisamos do melhor para essa missão e você é o melhor que temos. As corporações precisam de você.
Burton desconfia.
- As corporações? Você não disse que a ordem veio do departamento?
- Foram ordens diretas, passando pelo Ministério de Segurança Pública até chegar ao departamento. Você já deve saber.
O detetive não se convence.
- Você está trabalhando direto para as corporações, não está? Na verdade, é por isso que você está aqui. Responda-me, para qual agência você trabalha?
Seu amigo lhe faz um olhar misterioso. Caminhando até a porta, ele diz:
- Nós vimos o suspeito pela última vez no Setor J e acreditamos que ele ainda está lá. Apresse-se, Detetive Burton. – ele gira a maçaneta – E boa sorte.
Então ele se vira e vai embora.


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