Com o fim dos
governos mundiais, a megacorporação Sonata fundou sua própria metrópole das
ruínas do mundo antigo. A massa de trabalhadores responsáveis pela reconstrução
logo perceberia que sua salvação teria um pesado preço. Para manter a ordem e
sobretudo o controle populacional, foi criada a Polícia de Sonata, uma
organização militar baseada no controle e na repreensão. Mas sua atuação ia
muito além de apenas manter a ordem e obedecer a lei. Com a ausência total de
qualquer regulamentação do Estado, logo a organização direcionou-se ao controle
social e político, orquestradas pela alta cúpula corporativa.
A macro jaula
estava criada. Operando em conjunto com a mídia e outros aparelhos de
comunicação, a Polícia de Sonata ajudava a limitar e controlar todo tipo de
informação, alienando a população e doutrinando-os segundo os interesses da
própria cúpula. Desta maneira, não havia mais questionamentos, não havia mais
meios alternativos, e os descontentamentos e dissidências eram brutalmente
punidos. As forças de segurança pública não agiam mais em defesa do povo. Seu
lema “Servir e Proteger” foi substituído por proteger e servir os interesses
corporativos. Liberdades civis foram sistematicamente suprimidas e a pena para
quem violasse o rígido código de conduta seria o aprisionamento, a execução e o
banimento.
O banimento era
algo misterioso até para a polícia. Atrás da extensa muralha que rodeia a
metrópole, nem mesmo os policiais de patrulha, os investigadores criminais e os
agentes penitenciários sabiam o que se passava no exterior. Haviam divisões
distintas da polícia encarregadas de supervisionar o perímetro metropolitano, e
essas divisões respondiam diretamente às corporações. Os habitantes foram
obrigados a acreditar que não havia mais vida na Terra, que além das muralhas o
mundo estava destruído e que Sonata era o único bastião em que se pudesse
sobreviver.
Mas os humanos
são indômitos e rebeldes, e essa rebeldia nem mesmo as corporações conseguiriam
controlar. Insatisfação e revoltas se generalizaram pela metrópole, motivados
por liberdades e condições mais dignas. Todas foram brutalmente suprimidas em
sangrentos confrontos, mas nem mesmo com o banho de sangue e o alto número de
vidas perdidas o combate ao regime totalitário parou. Facções surgiram,
adotando crenças e ideologias no novo mundo opressivo.
Os
policiais treinados, competentes e comprometidos com o bem-estar da metrópole,
geralmente consideravam as facções como organizações criminosas e terroristas,
desprezando qualquer visão ideológica que elas pudessem ter. Detetive Burton é
um desses homens. Atuando na polícia há vinte anos, ele ascendeu de soldado
recém-formado até o cargo de detetive. Ele esteve presente quando os cidadãos
se revoltaram, quando os ativistas adotaram as causas mais absurdas e quando os
primeiros atentados terroristas começaram. E desde então os atentados têm sido
cada vez mais frequentes.
Famoso por caçar
e prender terroristas, o detetive Burton era constantemente designado para as
operações antiterrorismo. Interromper os ataques e evitar os atentados era
essencial, pois assim eles salvavam vidas. As operações deveriam ser precisas e
cautelosas. Ao terem seus planos frustrados, os terroristas estavam ficando
cada vez mais agressivos. Levando isso em conta, o detetive era o mais eficiente
dos agentes de segurança, pois sua coragem era inigualável.
§
Detetive Burton
está parado em frente à janela. Ele olha para uma passarela abaixo, muito
movimentada e iluminada por luzes amarelas. Acima, nas janelas de outra megatorre,
franco-atiradores posicionam suas armas. Todos estão à postos.
Era uma noite
movimentada, haviam muitos aerocarros passando. Qualquer ruído tira sua
concentração, o apartamento escuro o estressa, ele já estava esperando por duas
horas. Atrás dele havia mais quatro policiais, em silêncio e aguardando também.
Um deles estica seu braço e pergunta:
- Vocês querem
cigarro?
Burton aceita e,
juntamente com os outros três, começam a fumar. Os policiais começam uma
conversa.
- Que saco....
Estamos há quantas horas aqui?
- Umas duas
horas.... Alguém está com fome? Estou morrendo de fome.
- Eu tenho
algumas barras energéticas comigo.
Ao lhe entregar
uma barra, o policial rasga a fina embalagem e comenta:
- Realmente não
me inscrevi para isso. Eu quero estar nas ruas, fazendo patrulhas, prendendo
criminosos, e não aguardando por algo que provavelmente nem vai acontecer.
- Temos que
confiar na Polícia Secreta. Só eles têm acesso às informações.
- Polícia
Secreta? Eis aí uma divisão que eu adoraria participar. – comenta outro.
-
Infiltração e espionagem é um trabalho perigoso. O meu jeito é melhor, armar um
exército e atacar ostensivamente o local onde esses terroristas se escondem.
Queimando tudo, atirando em todo mundo e prendesse quem tentasse fugir.
- O que planeja é
um banho de sangue. Esses terroristas têm armas, e armas avançadas e potentes
como as da própria polícia. Ataca-los abertamente resultaria em enormes perdas
para ambos os lados.
- É isso o que eu
não entendo. Como eles têm armas? Quem os fornece armamento? Não é estranho que
eles tenham tanto poder de fogo?
O policial tem
razão. Burton também não consegue entender de onde vem o arsenal dos
terroristas.
Uma voz lhe fala
pelo headset:
“Detetive Burton,
temos contato visual”.
Olhando pela
janela, ele vê um homem encapuzado carregando uma volumosa mochila.
- Preparem-se! – ordena
ele e os policiais rapidamente se prontificam.
O franco-atirador
liga seu laser e percorre lentamente as costas de seu alvo. Ao chegar na altura
da cabeça, ele pergunta:
“Alvo na mira.
Aguardando permissão para atirar”.
Burton lhe
responde:
- Permissão
concedida.
Pondo seu dedo no
gatilho, o franco-atirador finalmente atira. Um aerocarro passa no exato
momento e intercepta o tiro, fazendo o motorista se assustar e perigosamente
desviar seu veículo de curso. O homem encapuzado se assusta com os aerocarros
buzinando acima e então vê o laser ofuscar os seus olhos. Havia uma dezena de
lasers mirando seu rosto, todos prontos para apertar o gatilho. Apavorado, ele corre.
“Alvo não
eliminado. Repito. Alvo não eliminado!”.
A voz fala em seu
headset ao mesmo tempo que o Detetive Burton diz:
- Fomos
descobertos, avançar!
Os policiais
vestem seus capacetes e imediatamente deixam o apartamento. Burton segue à
frente, empunhando uma pistola laser. Os policiais seguem atrás, portando seus
fuzis.
As pessoas nas
passarelas obstruem sua passagem, mas o detetive corre o mais rápido que pode.
O alvo está mais à frente, mas é difícil vê-lo entre a multidão.
Eles entram em um túnel, as lojas movimentadas, o barulho constante e os
coloridos neons o confundem.
“Detetive Burton,
informe!” – ordena a voz no headset.
- Estou em um
túnel entre a megatorre. Não consigo ver o suspeito.
Os policiais se separam
e vasculham o local. Com truculência, eles agarram alguns transeuntes e pedem
seus documentos. Enquanto revistam os suspeitos, Burton vê ao longe um homem se
escondendo atrás de uma barraca de comida chinesa.
- Ei, você!
O homem se
assusta e novamente corre. Saindo do túnel, eles chegam a uma passarela maior,
conectada em quatro caminhos entre as vias virtuais e as megatorres. Abaixo há
uma linha de aerometrô onde os trens passam esporadicamente. O homem passa
bruscamente pelas pessoas e tropeça, caindo ao lado do parapeito.
- Parado!
O detetive aponta
sua arma para ele, mas o homem toma uma atitude impensável. Subindo pelo
parapeito, ele se joga da passarela. Escorando-se no corrimão, Burton olha para
baixo e o vê na linha de aerometrô, recuperando-se e correndo em seguida,
embora agora estivesse mancando. Guardando sua arma no coldre, Burton sobe pelo
parapeito e se joga também.
Para sua sorte,
era linha dupla e os trens passavam indo e voltando. O homem estava mais à
frente e corria heroicamente apesar de seus ferimentos. Burton ia logo atrás,
decidido e implacável. Um trem avança pela linha e buzina, assustando-os. Eles
se jogam para a esquerda pouco antes do gigante de aço atropelá-los com grande ímpeto.
- Não adianta
fugir! Pare agora!
O homem o ignora
e continua correndo. De repente aparece outro trem, desta vez atrás deles. Com
a forte buzina, Burton instintivamente pula para a direita sem olhar para trás.
O suspeito não desiste e corre pelos trilhos até parar sobre uma passarela
abaixo dele. Haviam muitas pessoas nela, mas isso não o contém e ele pula sobre
elas, causando grande confusão. Sem ter outra escolha, o detetive pula logo
atrás.
A queda machuca
seu pé, Burton não consegue mais correr. Cansado e irritado por tentar
apanhá-lo e não conseguir, o detetive toma uma decisão imprudente. Sem se
importar com os transeuntes, ele saca sua arma e atira. O homem, que corria
desesperadamente aos tropeços, grita ao sentir o laser atravessando sua
panturrilha.
Aproximando-se
lentamente, Burton diz:
-
Você está preso. Pela lei vigente de resistência à prisão, você teve todos seus
direitos revogados.
Deitado enquanto
segurava sua perna ensanguentada, o suspeito vira seu rosto para ele. O
detetive Burton se espanta. Era apenas um garoto.
- Eu me rendo...
Burton observa
sua aparência, era um jovem asiático. O garoto sua e ofega intensamente, não
demonstrando qualquer sinal de agressão. Os demais policiais aparecem,
apontando seus rifles para o rosto dele.
- Ora, mas é um
jovem japonês? – pergunta alguém.
Inspecionado a
mochila, os policiais a abrem e encontram explosivos enrolados em grossos
tecidos de roupas. Ao tirá-las, Burton reconhece um quimono. Os explosivos têm
dois cilindros contendo líquidos coloridos. Eles não estão armados e, por não
estarem com os dispositivos de acionamento, são perfeitamente seguros.
- Responda-me,
rapaz. Você é membro da Bushido?
O garoto
recusa-se a responder. Outro policial diz:
- Negar-se a
cooperar pode resultar em execução.
Irritado, o
garoto responde:
- Vocês não me
assustam. Vocês são apenas ferramentas, o braço armado das corporações. São cães
treinados pelo Estado para a repressão civil e política. Vocês não contêm a
violência, vocês a praticam. Foi a sua violência que ocasionou o surgimento das
facções, e vocês sabem disso. Mais do que os nossos rivais na revolução, vocês
são os nossos principais inimigos.
Os policiais se
entreolham. Burton conhece aquele discurso, o mesmo discurso ideológico e
fanático dos terroristas.
- Nós somos seus
inimigos? – pergunta um policial.
- É óbvio que
sim. E não importa se as corporações alienam suas mentes, manipulando-os para
nos aterrorizar e oprimir. Quando as corporações forem destruídas e tomarmos o
poder, vocês morrerão também.
O garoto
demonstra convicção e ódio em suas palavras, a facção o doutrinou bem. Mais um
jovem manipulado, mais uma juventude perdida, até quando isso vai durar? Burton
então reflete: onde termina o limite entre o dever e a alienação? E se, em seu
combate aos criminosos e terroristas, ele não estava se alienando também?
Afastando os maus pensamentos, ele se acalma. Aqueles eram pensamentos
perigosos.
Outro policial
zomba do garoto dizendo:
- A polícia é o
símbolo da intolerância e repressão de Sonata. Sua arrogância é notória, vocês
veem a metrópole como um cativeiro e tratam a população como reféns. Vocês
invadem residências e perseguem os inocentes. São vigilantes, desconfiam de
qualquer movimento e jamais arcam com as consequências. “Servir e proteger”...
– ironiza ele – Com vocês nas ruas, a liberdade não é mais do que uma ilusão.
Burton intervém.
- É ilusão dar
segurança ao trabalhador contra gente igual a você?
- Segurança?! Que
segurança? Sua privacidade é tirada, seus direitos violados e sua liberdade
proibida. De que segurança está falando? Certamente é aquela que protege as
próprias corporações. Não há lugar para se esconder, vocês imputam em nossas
mentes que “todos devem aceitar e todos devem aderir”. Querem nos conformar,
nos sufocar, nos entregar às autoridades. Essa é a opressão reinante na metrópole.
As corporações apenas emitem o aviso, vocês vão e aplicam o castigo.
Eles ficam em
silêncio por alguns minutos. Os policiais isolam a área e várias viaturas
sobrevoam o local. Um policial se aproxima e pergunta ao detetive:
- Burton, você
está bem?
- Sim. Machuquei
o tornozelo na queda, mas vou ficar bem.
- A ajuda médica
já está a caminho.
- Burton, não é?
Deve estar muito orgulhoso de si mesmo. Me perseguindo pelas passarelas como um
bom soldado, um agente de segurança, um “superpolicial”... Você acha que ganhou
alguma coisa aqui? Espera receber algum prêmio extraordinário? Se você soubesse
o que eu defendo, o que eu quero para o povo sonatense, os direitos e
liberdades que eu acredito, estaria ao meu lado agora.
Impressionado com
sua ousadia, o detetive responde:
- Não me
interessa. Você está preso, seu atentado terrorista falhou. Não há mais nada
para se dizer aqui.
Sorrindo, o
garoto pergunta:
- Falhou?
Segurando sua mão
esquerda, o garoto a puxa e ela se desencaixa. Era uma prótese. Apertando um
botão em sua base, eles ouvem o som de um beep em algum lugar. Então Burton
exclama:
Os líquidos nos
cilindros borbulham e os explosivos se ativam. Três segundos depois vem a
explosão. A bola de fogo se eleva pela plataforma, fazendo o detetive Burton e
os policiais voarem. O fogo se expande pelas vias virtuais, prejudicando a
visibilidade dos aerocarros. Rachaduras aparecem, as estruturas se danificam e a
passarela treme.
- Rápido! Saiam
da passarela!
Ao dar dois
passos, a passarela se solta e inclina-se para trás. Um policial está caído ao
lado de Burton. Vendo que ele não se mexe, o detetive ordena:
- Levante-se!
Temos que sair daqui!
O policial não se
mexe. Virando-o, o detetive vê o enorme fluxo de sangue em seu rosto, o policial
estava morto. A passarela se inclina ainda mais e Burton tenta arduamente se
agarrar ao piso, arranhando-o como um gato. Ele não pode fazer nada a não ser
ver o policial morto deslizar e cair nas elevadas alturas de Sonata.
- Detetive
Burton! Segure minha mão!
Um policial tenta
segura-lo. O detetive tenta se impulsionar com sua perna direita quando tem uma
agonizante surpresa. Uma de suas pernas foi mutilada pela explosão. Percebendo
seu estado de choque, o policial rapidamente o puxa pela roupa segundos antes
da plataforma ruir e cair entre o vão das megatorres.
Deitados à beira
do precipício, eles se recuperam. Os policiais veem uma enorme fumaça vermelha
subindo e colorindo o ambiente. Na bomba foi instalado um corante, a Bushido
havia deixado sua marca.
Burton está
ofegante, a dor lentamente domina o seu corpo. Sua visão está um pouco
embaçada, mas ele consegue ver as ambulâncias sobrevoarem o local. Atrás dele,
em meio à fumaça vermelha da bomba, aparecem silhuetas ameaçadoras e
horripilantes. Em passos precisos e sincronizados, a imagem se revela, são
robôs. Burton sussurra para si mesmo: “Securitrons”.
O detetive não
entende. Por que a polícia havia chamado aquelas implacáveis máquinas de matar?
Sem tempo para pensar a respeito, os paramédicos aparecem e o informam:
- Não se
preocupe, detetive. O senhor vai ficar bem.
Minutos depois
uma ambulância o leva dali, encerrando a perigosa operação.
§
No dia seguinte,
um homem caminha pelos corredores do hospital. Abrindo a porta, ele encontra o
detetive Burton deitado em um leito. Cumprimentando-o, o homem pergunta:
Burton sorri e o
cumprimenta, os dois são detetives no mesmo departamento de polícia.
- Olá, detetive Cazares.
Estou bem, obrigado.
- E sua perna?
Ocorreu tudo bem o transplante?
Burton ergue o
lençol e revela sua perna, uma bioprótese idêntica à uma perna orgânica. Ele
responde:
- Não sei
explicar, mas eu não senti muita dor com a explosão.
- Fico feliz em
saber que você está bem.
A televisão no
alto da parede informa os ocorridos da noite anterior.
“Ontem à noite
houve um atentado terrorista no Setor B. Um garoto de apenas dezesseis anos,
identificado como residente do local, detonou uma bomba no meio de uma
passarela de pedestres. A explosão foi tão intensa que conseguiu desestabilizar
as estruturas e derrubá-la entre as megatorres. As autoridades tentaram evitar
o atentado, mas sem sucesso. Três agentes de segurança pública se feriram e
dois vieram a óbito no local. A facção terrorista Bushido, famosa por sua
ideologia imperialista e simbolismo feudal japonês, assumiu a autoria do
atentado, publicando um vídeo no ciberespaço, como consta a seguir”.
O noticiário
exibe um vídeo caseiro. Um homem sentado em seus calcanhares e vestindo
belíssimas armaduras samurais fala à câmera:
“Povo de Sonata,
aqui é o Xogum Tokugawa, líder da organização Bushido. Como devem saber, um dos
nossos agentes kamikazes detonou uma bomba no Setor B. Com seu sacrifício
esperamos passar uma mensagem clara às autoridades corporativas e aos nossos
inimigos ideológicos. Não vamos parar! Tomaremos o poder pelo sacrifício e pela
honra dos valiosos guerreiros samurais. Sonata, pela primeira vez,
experimentará a tão sonhada liberdade da qual nosso povo tanto anseia.
Acabaremos com o xogunato opressivo das corporações e unificaremos nossa
sociedade na instauração do glorioso império japonês. Em breve, queridos
compatriotas, Sonata resplandecerá sob a bandeira do grandiosíssimo Sol
Nascente”.
Com o fim do
vídeo, a apresentadora continua noticiando. Os detetives assistem indignados à
televisão, até Burton dizer:
- Canalhas. A
metrópole está na mão desses loucos e desequilibrados...! As autoridades vão
instaurar uma Lei Marcial?
- O atentado já
foi consumado, não acho que vá adiantar alguma coisa... – então seu amigo
pergunta algo incômodo – Você acha que o Estado Policial corporativo está
chegando ao fim?
Vociferando com
ódio, Detetive Burton responde:
Abrindo sua
pasta, o homem diz:
- Eu esperava que
me dissesse isso. Veja esse dossiê, neles contém informações secretas sobre sua
nova missão.
- Nova missão?
Mas eu ainda estou me recuperando dos meus ferimentos.
- Eu sei, mas o
Departamento de Polícia me pediu para chama-lo pessoalmente. Alguém fugiu de um
presídio de segurança máxima e está foragido em algum lugar de Sonata. O nome
do suspeito é Nathan Hill. Ele tem 30 anos e trabalhava na Electro Core. Essa
pessoa tem informações secretas, sendo um risco enorme à nossa fragilizada
sociedade. Não há tempo a perder, precisamos do melhor para essa missão e você
é o melhor que temos. As corporações precisam de você.
Burton desconfia.
- As corporações?
Você não disse que a ordem veio do departamento?
- Foram ordens
diretas, passando pelo Ministério de Segurança Pública até chegar ao
departamento. Você já deve saber.
O detetive não se
convence.
- Você está
trabalhando direto para as corporações, não está? Na verdade, é por isso que você
está aqui. Responda-me, para qual agência você trabalha?
Seu amigo lhe faz
um olhar misterioso. Caminhando até a porta, ele diz:
- Nós vimos o
suspeito pela última vez no Setor J e acreditamos que ele ainda está lá.
Apresse-se, Detetive Burton. – ele gira a maçaneta – E boa sorte.
Então ele se vira
e vai embora.
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