Com a rápida
expansão da metrópole, o velho distrito de Connaissance perdeu muito de sua
glória e hoje mantém apenas suas fábricas e usinas, não passando de mais um
distrito industrial nos arredores de Sonata.
Atualmente,
muitos desses andares permanecem vazios e abandonados. Para prevenir focos de
atividade criminal, a Polícia interditou sua entrada, mas após anos de abandono
outros moradores passaram a habitá-los. Oferecendo a infraestrutura e o espaço
necessário, criminosos políticos e paramilitares montaram suas bases nesses
andares, e de lá comandam seus atos terroristas frequentemente sangrentos.
Em um hospital
abandonado encontra-se a sede da Resistência Purista, a famosa facção defensora
da pureza física humana. O hospital opera clandestinamente e ocupa um andar
inteiro da megatorre, tendo um símbolo enorme da cruz vermelha na lateral do
edifício.
Alguém
vestido de branco desce as escadas. Ele veste uma máscara de ar pendurada em
seu pescoço, usando touca sobre os cabelos e luvas cirúrgicas até a metade dos
braços. O homem percorre o hospital com dezenas de militantes da facção feridos
em combate. Enfermeiros andam apressados pelos corredores, telefones tocam
sobre os balcões, recepcionistas atendem as pessoas e outros preenchem
formulários. Em outra sala há o necrotério com macas e corpos sob os lençóis.
No fim do corredor há uma porta fortificada. Passando seu olho direito no
leitor de retina, a porta se abre e ele prossegue em seu caminho.
Um vasto salão se
revela. Nele há pessoas vestidas de branco, verde e prata. Tanques de formol
com corpos humanos se estendem pelas paredes, e os cientistas os examinam
acompanhando os dados nos computadores. Médicos fazem autópsias nos corpos,
estudando os efeitos de seus experimentos ilegais.
Adiante o homem
vê computadores com seus hackers operando-os e soldados da facção patrulhando o
local com suas armas lasers em punho. Naquele lugar não há nenhum robô ou
prótese robótica nas pessoas. Os cirurgiões, cientistas e enfermeiros não são
iguais aos ciborgues maculados pelas máquinas que habitam a metrópole. Na
facção da Resistência Purista, todos são puramente humanos.
Em uma porta há um
desenho simples de um homem com os braços para o alto, aparentemente feliz.
Abrindo-a, o homem tira suas roupas de médico e veste roupas pretas e
requintadas. Então ele finalmente se senta.
Em uma plaqueta
sobre a mesa está escrito: “Frank Nasier, líder da Resistência Purista”. De
todas as facções que aterrorizam a metrópole, a famigerada organização Purista
é a mais temida. Espalharam boatos de que os puristas são os cruéis carrascos
que, em seu delírio fundamentalista de pureza física, arrancam violentamente as
próteses biomecânicas dos cidadãos pegos em túneis escuros pela cidade.
Um homem entra em
sua sala. Ele veste o típico uniforme branco, verde e prata, usado principalmente
pelos soldados da facção.
- Sr. Nasier.
Tenho boas notícias. Obtivemos sucesso em nossas pesquisas.
O líder injeta em
sua veia uma droga polivitamínica capaz de fortalecer suas capacidades físicas
e mentais. Ele olha para o homem e responde:
- O que é tão
importante?
- O experimento
nanotecnológico. As células se reproduziram!
Arregalando os
olhos, o líder se levanta e rapidamente deixa sua sala.
Aproximando-se
dos tanques com corpos humanos, Nasier vê um homem imerso em um líquido azulado
com um respirador em seu rosto. Em seu corpo há vários tubos conectados ao seu
tórax, injetando-o líquidos com propriedades mutagênicas.
Um cientista
acompanha os resultados em um monitor. O espécime ainda está vivo, ele
conseguiu resistir aos ousados experimentos praticados pelos puristas.
- Quais foram os
resultados? – pergunta o líder.
O cientista não
consegue conter a euforia.
- Os espécimes
sobreviveram aos estágios finais. A potência da droga genética não precisou ser
diminuída desta vez. Estamos perto de criar um novo ser humano!
Nasier pondera. Durante
anos ele tenta substituir o uso das máquinas na evolução físico-psíquica do
Homem. Mesmo tomando as drogas genéticas capazes de equipará-los com as máquinas,
eles não conseguiriam vencer a guerra contra seus arqui-inimigos, os
Trans-humanistas. Para a frustração do líder, as máquinas ainda eram
superiores.
O ódio cresce em
seu peito. As duas facções são ferozes inimigas, antagonizando fundamentalmente
na ideologia. Os Trans-humanistas são evolucionistas, acreditando na evolução
da raça humana através dos avanços tecnológicos. A Resistência Purista acredita
na evolução pela seleção natural, baseando-se em estudos genéticos e teorias
darwinistas.
Muitos dos
espécimes eram voluntários, homens fanáticos pelo ideal purista. O fanatismo
tirou-lhes a razão, o radicalismo guiou suas mentes, acreditando travar uma
guerra libertadora pela humanidade, esses homens doaram a si mesmo para os
testes genéticos capazes de tirar vidas. Frank não se importa com quem vive ou
morre, desde que ele saia vitorioso.
- Os espécimes
alcançaram o nível desejado?
- Com base nos
relatórios, a capacidade de raciocínio alcançou uma marca impressionante, dez
vezes acima o de uma pessoa normal. Pode-se dizer que os espécimes podem pensar
pelo método binário... – conclui o cientista.
- Então estamos
criando um gênio?
- É difícil
dizer. Porém, creio que os espécimes sejam capazes de calcular com velocidade
impressionante.
- E quanto às
suas capacidades físicas?
- Aparentemente
sua força física alcançou nível hercúleo.
Nasier se
espanta. Não são homens dentro dos tanques, são monstros.
Um soldado
aparece atrás do líder. Segurando um relatório em suas mãos, ele diz:
- O que foi,
tenente?
- O Inimigo de
Estado. Nossos espiões o encontraram, ele foi capturado pelos Trans-humanistas.
Ao ouvi-lo, o
líder redobra sua atenção.
- Você tem
certeza?
- Sim, os
trans-humanistas o mantiveram cativo em sua sede. Ele não foi mais visto desde então.
Nasier se
enfurece. Nathan, o mesmo Nathan que hoje é caçado pelas facções e pela
polícia, foi o responsável pelo fracasso do atentado a bomba em uma das sedes
dos Trans-humanistas.
- Ache-o. Mate-o.
O Inimigo de Estado não tem valor algum para mim.
- Mas senhor,
Nathan é mais importante para nós vivo. E mata-lo nos colocaria em guerra com a
superfície.
Nasier pondera. A
superfície é um lugar perigoso. Matar Nathan causaria uma guerra dispendiosa
com os runners, enfraquecendo a facção e tirando-lhes o prestígio. Os runners
são uma força necessária, renovável e barata. Quando os serviços de espionagem
são arriscados demais, as facções os contratam, geralmente obtendo sucesso.
Afinal, não se pode infiltrar um ocidental no meio de asiáticos como a Bushido.
- Se o que os
espiões dizem é verdade, então apenas os Trans-humanistas sabem onde Nathan
está. Precisamos de uma missão de infiltração, uma equipe habilidosa e
experiente que consiga essa informação entre os nossos inimigos. Devemos nos
infiltrar secretamente, indetectáveis, ou a missão será um fracasso.
O tenente
concorda.
- Precisaremos de
armas silenciosas, potentes e capazes de estraçalhar ligas metálicas.
Infelizmente nossas armas não são silenciosas assim.
O líder compreende.
Os Trans-humanistas usam armaduras, biopróteses e exoesqueletos em seus corpos.
Apenas as armas mais potentes podem derrubá-los, e essas armas são pesadas e barulhentas. Nasier precisa de discrição, alguém que derrube
um ciborgue sem fazer barulho e sem chamar atenção desnecessária. Então ele tem
uma ideia.
Chamando o
cientista, o líder pergunta:
- Quantos
espécimes temos para utilizarmos em combate?
O cientista responde:
- Cinquenta...
Mas todos estão em estágio inicial e não tenho previsão para...
Ótimo. – interrompe
ele – Preciso que prepare apenas três.
- Mas senhor,
eles ainda não estão prontos! Talvez precise de mais quatro meses!
- Quatro meses? –
pergunta ele. – Acelere o processo, não temos tanto tempo.
Preocupado, o
cientista pergunta:
- Mas para quando
o senhor precisa deles? Daqui a um mês? Dois, talvez?
O líder sorri.
Antes de dar as costas ele responde:
- Esta noite.
§
A chuva cai sobre
Sonata. Relâmpagos atravessam o céu noturno e iluminam a tenebrosa metrópole. O
horário de rush se atenua e a noite fica mais tranquila, mas esta noite não
será nada tranquila para os Trans-humanistas.
Nasier olha para
o para-brisa do furgão. A chuva cai contra o vidro e deixa as luzes da
metrópole ainda mais brilhantes. O tenente dirige o veículo em silêncio. Ao
olhar para trás, o líder vê os três espécimes, agora libertos dos tanques e
prontos para o combate. Ou deveriam estar.
Os espécimes
estão sentados no escuro, encarando o vazio. Eles não dizem nada ou mesmo olham
para os lados. Os espécimes são de estatura elevada e seus músculos parecem
exceder a estrutura física de seus corpos. Apesar de não demonstrarem dor ou
desconforto, eles respiram e seus peitos se estufam, pulsando as horríveis
veias sobressalientes em suas peles. Apesar de dedicar sua vida à proteção da
humanidade, o líder reconhece que aqueles espécimes eram qualquer coisa, exceto
humanos.
Nasier se distrai
olhando para as aberrações atrás de si. Então o tenente o chama, assustando-o.
- O que foi,
tenente?
Estamos nos
aproximando do território dos Trans-humanistas.
-
Certo. – o líder olha para trás e diz – Atenção! Daqui a pouco vamos descer.
Preparem-se para a missão.
Então os três
lentamente viram suas cabeças e encaram o líder. Eles miram seus olhos azuis
para ele, uma coloração antinatural e modificada, alterada quimicamente pelas
drogas genéticas dos experimentos científicos. Novamente Nasier sente medo, ele
sente como se estivesse falando com mortos-vivos.
O tenente estaciona
o furgão e todos saem pela noite. As passarelas estão movimentadas e as pessoas
vestem capas de chuva, protegendo-se dos irritantes pingos que ensopam suas
roupas. A chuva molha as passagens e umidifica o ambiente, tornando feio o que
antes se esforçava para ser bonito.
Os espécimes
caminham entre eles. Vestindo capas com capuz, aqueles homens de estatura
elevada se sobressaem entre a multidão. Eles se movem aos poucos e dão a
impressão de serem a própria personificação da Morte.
O líder cobre seu
rosto e olha atentamente ao redor. Em uma cidade tomada pelo domínio
corporativo e conflitos ideológicos, todos são potenciais suspeitos. A
passarela chega a um imenso túnel entre uma megatorre. Os neons brilham em
centenas de luzes, formando diversos desenhos. Entre as lojas há as escadarias
dos níveis residenciais, algumas pessoas se sentam nos degraus e outras param
nas lojas para comprar algo de seu interesse.
Um comerciante
grita no túnel, chamando clientes para sua loja. Ao ver os imensos espécimes,
ele os chama e então sente seu coração disparar. Os espécimes lentamente viram
suas cabeças, encarando-o de volta. Os olhos do comerciante se arregalam.
Emudecendo-se e tremendo de medo, o homem se paralisa.
- Ei, cara. Não
estamos interessados em suas porcarias. – diz o tenente.
O comerciante sai
de seu transe e olha para ele. O tenente o encara de cima a baixo e vê pernas
bioprotéticas em seu corpo. Pegando-o pela camisa, o tenente o empurra dizendo:
- Maldito
mecanicista!
Na saída do túnel,
a passarela se divide em várias ramificações. Acima, na escuridão dos terraços,
o líder vê a silhueta dos homens vigiando o movimento abaixo. Observando
melhor, Nasier nota que eles estão com armas em mãos. Olhando para o tenente,
os dois assentem, ele os viu também. Ali era o coração do território controlado
pelos Trans-humanistas.
Ao lado de uma
estação de aerometrô há uma larga plataforma. Sobre ela há um ponto de ônibus
onde as pessoas aguardam calmamente. As vias virtuais estão movimentadas e os
aerocarros passam frequentemente. Misturando-se à multidão, os puristas fingem
esperar pelos ônibus e observam em silêncio.
Sobre um terraço,
onde as luzes não alcançam, um homem conversa com os Trans-humanistas. Aquele
homem é diferente, não tem a aparência de seu corpo alterado por tubos e ligas
metálicas. Então ele deixa o terraço e desce por um elevador panorâmico na
lateral do edifício. Saindo em um túnel à frente, o homem caminha entre as
pessoas e some entre a multidão. Nasier diz:
- Vamos.
Caminhando
discretamente, os puristas seguem o homem pelas passagens e túneis. Então o
homem entra em um corredor com grossos tubos de aço na parede. Os tubos têm
pequenas fissuras e sopram vapor, enchendo o ambiente com uma fina neblina. Os
passos ecoam e o homem tem a impressão de que alguém está seguindo-o.
- Quem está aí? –
pergunta ele.
Olhando para
trás, ele não vê ninguém. À frente ele vê apenas o vapor dos tubos e as
lâmpadas piscando. Acalmando-se, ele continua seu caminho. De repente um homem
enorme aparece à sua frente e ele imediatamente se intimida. Ao tentar voltar,
ele se esbarra em outro homem enorme, apavorando-se. Antes que pudesse fazer
algo, alguém põe um saco em sua cabeça e ele desmaia, não se lembrando de mais
nada desde então.
O homem acorda.
Sentindo fortes dores de cabeça, ele olha ao redor e se vê em uma sala escura e
apertada. Cinco homens estão à sua frente, mas três deles são de estatura e aparência
monstruosa.
- Quem são vocês?
O líder retira
seu capuz e responde:
- Acho que você já sabe quem somos.
Então ele os
reconhece, são a famigerada Resistência Purista. Em pânico, ele pergunta:
- O que vocês
querem de mim?
- Você sabe o que
queremos.
-
Não sei do que está falando.
Nasier olha para
o tenente. Tirando a calça do homem, o líder vê que suas pernas são próteses
metálicas.
- Ora, ora,
ora... O que temos aqui? – diz Nasier – Vejo que você é mais um mecanicista
impuro que profana seu corpo com a imundície industrial... Escória! Receba o
castigo merecido para aquele que profana o sagrado corpo.
Um dos espécimes
se aproxima.
- O que vão
fazer? – pergunta ele, desesperando-se.
O espécime segura
sua perna protética e a arranca com as próprias mãos. Sangue e óleo espirram da
nauseante ferida, puxando os fios e cabos enrolados entre os nervos e tendões.
O homem grita sem
parar. O líder não demonstra compaixão, ao contrário, ele exibe apenas
desprezo. O tenente também sente ódio dos impuros, e não demonstra compaixão.
Certificando-se de que o homem sentiu bastante dor, o líder pergunta:
- E então? Vai
nos dar o que queremos?
- Sim! Mas não me
machuquem mais, eu imploro!
- Onde está o
Inimigo de Estado?
- Quem...?
Então o espécime
se aproxima novamente. Interrompendo-o, o homem responde:
- Ele está com os
Trans-humanistas! Mas não está aqui, está bem longe e escondido. Muita gente
quer ele, as corporações, as facções, a polícia... Não é seguro deixá-lo nos distritos
populosos.
- Por que vocês o
capturaram?
- Não o
capturamos. Ele veio até nós.
O líder se
intriga.
- Está me achando
com cara de idiota?
- É verdade! Ele
veio com outros runners... Ele disse que queria algo absurdo, uma aliança,
talvez... Nós o prendemos e o mantivemos conosco desde então.
Ao ouvi-lo, o
líder e o tenente se entreolham. Seus informantes estavam certos, afinal.
- Vocês o mantém
em cativeiro? Por quê?
- Ora, isso não é
óbvio? – sorri ele, com dificuldade – Queremos vencer a Revolução. Todos
queremos, até vocês! Com o Inimigo de Estado vamos enfraquecer o poder das
corporações, eles não poderão lutar contra a metrópole se o povo estiver
unido...
O
homem está certo. Nathan é uma ameaça à estabilidade social, sua rebelião abalou
as fundações da sociedade corporativa inteira.
- E onde vocês o
escondem?
O homem hesita.
- Eu não posso
dizer. Eles me matariam... – ele respira fundo e continua – Ouça, cara. Eu sou
apenas um informante. Não sou como os Trans-humanistas, eu nem mesmo tive meu
corpo aprimorado para o combate! Tenho certeza que metade dos habitantes desse
distrito tem pelo menos uma prótese biomecânica em seus corpos... É isso o que
vocês querem com a revolução de vocês? Exterminar noventa por cento da
metrópole por terem seus corpos contaminados pela tecnologia?
Insultado, Nasier
sente o ódio fanático crescer em seu peito. Controlando-se, ele responde:
- Diga-me onde
ele está e o deixaremos viver.
Minutos depois,
passos são ouvidos no corredor. Não são passos comuns, mas passos metálicos
como se fossem pernas robóticas. Nasier e os outros deixam a sala, então alguém
grita:
- Lá estão eles!
O tenente vê seus
perseguidores. Um deles ergue seu braço e o aponta para ele. O tenente se
confunde, a ponta de seu braço é a própria arma!
Lasers são
disparados. Os espécimes são atingidos e cambaleiam. Conhecendo as fraquezas
dos Puristas, os perseguidores pensam ter abatido três deles. Ninguém feito de
carne e osso resistiria ao poder pulverizador do laser. Mas os espécimes se
erguem e lentamente os encaram de volta, cheios de ódio atrás de seus
semblantes sem emoção.
O tiroteio
recomeça. Nasier e o tenente fogem, protegidos pelos espécimes atrás de si.
Alcançando as movimentadas passarelas, os cinco correm sob a chuva com suas
armas em punho, assustando as pessoas ao redor.
Ao chegarem ao
furgão, o tenente rapidamente levanta voo. Tiros atravessam a lataria, uma
mensagem no painel indica que a porta traseira ainda está aberta. Ao olhar para
trás, Nasier vê um dos espécimes agarrado na beirada da carroceria enquanto o
veículo sobe perigosamente ao ar. Pulando o banco, ele tenta puxá-lo de volta.
Os
perseguidores estão logo abaixo e atiram no furgão. Um deles agarrou a perna do
espécime e agora tenta puxá-lo de volta. De repente ele vê o rosto de Nasier
aparecer mais acima.
- Desculpe... –
diz ele, apontando uma arma para sua cabeça. – Nós não andamos com impuros.
O líder então atira e o
perseguidor cai livremente pelas alturas.
Abaixo, os
Trans-humanistas assistem impotentes o furgão ir embora sob as infindáveis
gotas de chuva.
§
Voltando ao
corredor, os Trans-humanistas encontram a sala escura com sangue por toda
parte. Na parede eles veem um homem pregado de braços abertos e sem as pernas,
formando um “Y”. Era o informante. Ao seu redor eles veem um círculo desenhado
com o sangue da vítima. Eles entendem a mensagem, eles reconhecem aquela
exibição macabra de horror. Os assassinos queriam deixar um recado.
O homem na parede
representava o símbolo da Resistência Purista.
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