quarta-feira, 18 de março de 2020

Poeira


A casa permanece fechada
Com lençóis sobre a mobília abandonada
Silêncio nos cômodos escuros
Poeira se ajuntando nos cantos imundos

Dizem que a casa é mal assombrada
Há alguns anos uma família foi assassinada
O pai possuído por espíritos malignos
Massacrou sua esposa e seus dois pequenos filhos

Com um machado em suas mãos
Os massacrou friamente sem hesitação
O chao ficou lavado de sangue quente
Respingos escorriam pelas lisas paredes

As crianças morreram ainda deitadas
Sangue escorria pelos degraus da escada
A esposa gritava ao ser golpeada
Seus pedaços espalhados pelo interior da casa

Com os gritos os vizinhos chamam a polícia
E ao chegar se espantam com tamanha carnificina
O marido tentava ocultar os corpos no porão
E lá encontram um altar com velas, ossos e um caixão

O marido avança com seu machado
Mas é múltiplas vezes baleado
Sua vida se esvai em poças de sangue no chão
Os paramédicos tiveram nojo de lhe porem as mãos

Depois do morticínio a casa ficou fechada
Como uma cripta profana ela foi selada
Lençois cobrem a mobília abandonada
E poeira se ajunta pelos cantos da sala

Mas dizem que o marido ficou ali vagando
Sua alma maldita no escuro espreitando
Presa nesse mundo de vazio eterno
Sem ter uma chance de queimar no inferno

Mas quem quiser quebrar o silêncio funéreo dessa casa maldita
E invadir o santuário negro dessa família sem vida
Sob a poeira encontrará o que está procurando
E eu estarei aqui em minha casa te esperando


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