sábado, 1 de janeiro de 2022

Cheiro de Cadáver


(Imagem do canal Nuke´s Top 5)

 

Um odor vil e podre

Pior do que o enxofre

Uma doença comprovada na medicina

Infecção cadavérica que te contamina

 

Um amigo médium me explica

Que se sentir o cheiro

Há uma presença maligna

Assombrando a sua vida

 

Espíritos ressentidos que não fizeram a travessia

E que vagam em tormento dia após dia

O cadáver podre que jaz enterrado em uma cova

Seu espírito assumiu a aparência da pele morta

 

Podem ser demônios de semblante horrendo

Homenzinhos pequenos cobertos de preto

O moribundo chora de desespero ao vê-los

Pois eles vem busca-lo em seu último momento

 

Com eles vem o cheiro

Misteriosamente se infiltrando em nosso meio

O cheiro de cadáver putrefato

Deixando o ambiente insuportável

 

Sem querer eu rio dessas ilações

Pois eu não acreditava nessas superstições

 

Toda noite alguém aparecia

Atrás da janela da cozinha

Assustado eu pergunto quem está ali fora

A figura estática não responde e não vai embora

 

Com firmeza eu tomo coragem

E abro a janela com vontade

Intrigado eu procuro e não vejo ninguém

A silhueta estava lá há um segundo, porém

 

Então o cheiro se espalha pela minha casa

Simplesmente veio, aparecendo do nada

Podridão, excremento e carniça

Empesteando as minhas narinas

 

Penso em abrir as janelas

Mas tenho medo de abri-las de novo

Pois não sei se a figura desconhecida

Ainda estava me espreitando

 

Uma sensação estranha me incomoda

Como se tivesse alguém em minhas costas

 

Ao passar em frente ao espelho

Eu paro por um momento

Algo chama a minha atenção e em seguida

Eu tenho o maior susto da minha vida

 

Atrás de mim eu vejo um espírito

Seu corpo estava todo apodrecido

Sua carne putrefata e em decomposição

Enegrecido como a própria escuridão

 

Encho os meus pulmões e grito

O mais alto que eu posso eu grito

Para o meu quarto eu imediatamente corro

E debaixo dos cobertores eu logo me escondo

 

O cheiro está mais forte e me sufoca

Ouço a respiração do espírito mais próxima

Com lágrimas nos olhos eu peço para ele ir embora

Em horror eu temo aquela entidade morta

 

Eu devo ter colapsado de desespero

Pois instantaneamente eu adormeço

Ao acordar pela manhã eu não sinto mais medo

Mas ainda conseguia sentir o cheiro

 

Que terrível pesadelo

Pois ao me lembrar daquele cadáver

Eu me encho de medo

 

Passam-se os dias

Lentamente eu retomo a minha vida

 

Mas algo ainda me perturba

Nos espelhos, nos cantos, nas janelas escuras

Mesmo que eu tente ignorar

Algo nas trevas parece me observar

 

 

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