quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Reflexões Sobre a Natureza da Alma





Qual é a origem da Alma?

Não é conhecido em que momento da gestação ocorre a origem da vida, porém, segundo a doutrina cristã, a origem da alma ocorre no momento da concepção, pois ambas se confundem com a própria Vida (Gênesis 21:2; 1 Samuel 1:20).

Alma, do latim animu, quer dizer “o que anima”. Pode-se derivar outras palavras mais conhecidas como animação, animado, animosidade, etc. Porém não se deve confundi-la com Espírito, da qual há outra definição tanto religiosa quanto etimologicamente.

Santo Agostinho, sendo um dos maiores pensadores cristãos de todos os tempos, dá excelentes explicações sobre a natureza da alma. Em suas obras, principalmente nos livros A Imortalidade da Alma e A Grandeza da Alma, as definições agostinianas vão desde filosóficas, teológicas e até geométricas. Este texto, porém, trata-se de um ponto de vista pessoal, filosófico e religioso do assunto.
 
Não existe corpo sem alma, assim como não existe alma sem corpo. A origem da alma ocorre no momento da concepção, portanto, para a alma existir deve-se primeiro conceber um ser humano dentro do útero. Desta maneira, corpo e alma são simultaneamente concebidos.

Unidos pela concepção e vivificados pelo nascimento, corpo e alma tornam-se um só. São como as duas faces da mesma moeda, da qual nenhuma pode existir sem a outra. O corpo é a parcela material da Existência, e a alma é a parcela espiritual. Enquanto a natureza material está fadada à morte, a natureza espiritual da alma lhe garante a eternidade.

E quem pode compreender a Eternidade? Ninguém além do Deus que a criou.

Segundo a Bíblia, antes do Juízo Final as almas dos ímpios ficam no Hades (Lucas 16:23), Inferno (2 Pedro 2:4) e Abismo (Lucas 8:21), provavelmente tratando-se do mesmo lugar. Quanto as almas dos justos, elas ficam no Céu (Mateus 18:3), Paraíso (Lucas 23:43) e Seio de Abraão (Lucas 16:22). Ambos os mortos, justos e ímpios, têm suas almas separadas em locais provisórios aguardando o derradeiro juízo.

Durante a ressurreição dos justos, haverá um novo corpo glorificado para os remidos em Cristo (Apocalipse 20:6). Da mesma maneira, após a ressurreição dos ímpios ambos o corpo e a alma serão vivificados para a última condenação, reservada ao Lago de Fogo, chamada de segunda morte (Apocalipse 21:8).

Em ambos os casos, ao retornarmos para o plano material seremos ressuscitados em corpo e alma, tendo nossos corpos ressuscitados, julgados e separados tanto para a salvação quanto para a condenação.

Além desta definição, há ainda a narrativa de que o corpo não morre, mas dorme, aguardando o chamado para a Ressurreição (João 11:11; Marcos 5:39; Apocalipse 11:15).

A alma retorna à matéria, sua existência independe do corpo, entretanto, sua origem se dá na matéria, ou seja, depende unicamente e exclusivamente do corpo.

Todavia, corpo e alma são de natureza horizontal perante Deus. Até o momento da consumação da vida, a mente e o corpo não vão além do quanto os sentidos podem captar e interpretar. Apenas aproximando-se do Espírito Santo de Deus, que é vertical e, portanto, superior, é que poderemos compreender lentamente o conceito de eternidade espiritual. 

Mesmo a Ciência se arrisca a comprovar a existência da alma, contrariando os céticos e materialistas. A seguir a descrição da matéria:

O médico estadunidense, Dr. Stuart Hamerroff e o físico britânico, Sir Roger Penrose, desenvolveram uma teoria quântica da consciência, que afirma que nossas almas são contidas dentro de estruturas chamadas de microtúbulos, os quais vivem dentro de nossas células cerebrais.

Eles alegam que as nossas experiências da consciência são o resultado dos efeitos da gravidade quântica dentro dos microtúbulos – um processo que eles chamam de redução objetiva orquestrada (Orch-OR).

Em uma Experiência de Quase-Morte, os microtúbulos perdem seu estado quântico, mas a informação dentro deles não é destruída.  Ou, em termos compreensíveis aos leigos, a alma não morre, mas retorna ao universo.

“Vamos dizer que o coração pare de bater, o sangue pare de fluir, os microtúbulos percam seu estado quântico.  A informação quântica dentro dos microtúbulos não é destruída; ela não pode ser destruída; ela simplesmente é distribuída e dissipada pelo universo“, disse o Dr. Hameroff.

“Se o paciente é ressuscitado, esta informação quântica pode voltar para os microtúbulos e o paciente diz ‘Eu tive uma experiência de quase-morte’”, continuou o Dr. Hameroff.

Caso o paciente morra, seria “possível que esta informação quântica exista fora do corpo por tempo indeterminado – como uma alma”.

(fonte: http://www.dailymail.co.uk/sciencetech/article-2225190/Can-quantum-physics-explain-bizarre-experiences-patients-brought-brink-death.html)


Apenas Deus pode despertar as almas para a eternidade, pois elas fazem parte de sua consciência universal. A concepção física traz consigo uma fração espiritual desta própria consciência, como um dom gratuito do Criador.

Concluindo, a existência da alma não é só um conceito metafísico, mas um fato que vem se comprovando e um dom que todos nós, desde o início dos tempos, compartilhamos.


- Eduardo Domingues  
 

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