O mar é tão bonito
Tão calmo e
pacífico
Sobre as ondas
reconfortantes
Me confortando
a todo instante
O sol brilha
a tarde inteira
Famílias se reúnem
na areia
Os vendedores
com chapéus de palha
Um clima
agradável na praia
Nas pranchas
velozes
Nos jet skis
o esporte
Nos barcos
de pescadores
Na proa os velejadores
Nos petroleiros
gigantes
No convés os
estivadores
Nos iates
luxuosos
Nos cruzeiros
vultosos
Os mergulhadores
nas profundezas
Os peixes nas
correntezas
Mas nem tudo
é calmaria
Nem tudo é
beleza
Há tempestades
tenebrosas
E ondas tempestuosas
Tsunamis nas cidades
costeiras
Devastação em
áreas inteiras
Mortos por
afogamento
Nas praias ou
mar a dentro
Marinheiros mortos
nas guerras
Desde a
antiguidade até as guerras modernas
Mortos por
naufrágios
Condenados a
um destino trágico
Titanic
As 1.500
vítimas
Naufragadas no
Atlântico Norte
Pais, mães e
filhos
A agonia de
ver suas crianças submergindo
“Nem Deus
afunda o Titanic”
Pois enviado
foi ao abismo
Às profundezas
do mar gelado
Tão fria
quanto o coração do diabo
Bismarck
Alemães moribundos
Condenados ao
naufrágio
Os ingleses
receberam ordens para não os resgatar
O navio
virava
E então afundava
Os alemães subiram
pelo casco para evitar se afogar
Mas todos
pereceram juntamente
Até ninguém mais
respirar
Diz o
Apocalipse 20:13 que o mar devolverá os seus mortos
Aqueles que
nunca voltaram aos seus portos
Retornarão de
sua fatídica hora
Para serem julgados,
cada um segundo as suas obras
Na mitologia
Kraken da
mitologia grega
E também na
mitologia nórdica
Na Bíblia
Leviatã do
livro de Jó, capítulo 41
Versículos 1
ao 34
Na literatura
Moby Dick de
Herman Melville
A lula
gigante de Júlio Verne
Seja na
Bíblia, mitologia ou literatura
O mar sempre
esteve associado
A um abismo aquático
de horror e penúria
Eu entro no
navio
Um presságio
ruim anuncia o meu destino
O mar agitado
O vento
gelado
O mau agouro
Me acompanhando
ao meu lado
A tempestade
outrora distante
Avança a todo
instante
O navio segue
cambaleante
Fustigado pelas
ondas gigantes
As ondas inundam
o convés
Nesse momento
eu perco a minha fé
Como se todos
os demônios do submundo
Arremetessem contra
o navio
As ondas
viram o casco
E o pânico se
alastra por todos os lados
Botes salva-vidas
salvam uns poucos
O resto fica
para morrer aos poucos
Entre as
almas que ficam para encarar a morte
Eu
fatidicamente encontro o meu nome
O navio da condenação
se afundava
O mar da
morte nos tragava
Sem encontrar
salvação
Meus pulmões se
enchem de água
Pulmões que ardem
em intensa tortura
A consciência
se enfraquece e se torna turva
Lá embaixo as
trevas parecem me chamar
Meu túmulo
aquático estava a me aguardar
Meu corpo
nunca será encontrado
Meu destino
já estava selado
Ali Deus me abandonava
O deserto
líquido minha alma clamava
As ondas
negras irão me sepultar
Nas profundezas
do oceano atroz eu irei repousar
Meus olhos
finalmente se fecham
E a respiração
dos meus pulmões cessam
De todos que
no mar morreram
Ironicamente eu
percebo
No mar a
morte veio me levar
Acabando por
eu me tornar
Mais um morto
no mar
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