quinta-feira, 24 de agosto de 2017

O Sussurro Em Meus Ouvidos




Estando quatro meses em coma
Após uma inesperada tragédia
Me lembro que alguém apareceu ao meu lado
E sussurrando em meu ouvido, disse:
“Eu te amo”

Não me lembro quem era
Não sei quem é
Mas pela voz percebo
Que era uma mulher

Há três meses recebi a notícia
Nessa tragédia minha esposa foi vítima
De luto chorei tanto essa fatalidade
Que desejei que minha vida acabasse

Tive uma decisão difícil a fazer
Decidi que precisava voltar a viver
Me lembrei do sussurro que me fez acordar
Você, estou determinado a encontrar

Então eu me lembro dessa voz
Foi alguém que conheci dez anos atrás
Uma bela mulher de cabelos negros
Que troquei só algumas palavras
Mas que a vi uma única vez

Um mês procurando
Aos meus amigos perguntando
Nas cidades andando
Nas redes sociais pesquisando

Estaciono meu carro em frente à casa
E olho confuso para a fachada
A porta estava entreaberta
Como se já estivessem à minha espera

Na cozinha é onde lhe encontro
De costas para mim, não me olhando
Tomando uma xícara de chá de canela
Em silêncio olhando pela janela

Ao te chamar você se vira, confusa
E ao me ver ali parecia não se surpreender
Pois parecia já estar me esperando
Sabendo que eu viria
Só não sabia quando

Falo sobre o sussurro no hospital
Enquanto meu estado médico ia muito mal
Pergunto se era verdade o que falava
Se realmente dizia que me amava

Ela responde com toda convicção
Que desde a primeira vez me amou de coração
Mas, estando eu prestes a me casar
Ela não poderia mais se declarar
Então decidiu esperar o momento certo para falar
Pois se fosse para ficarmos juntos
Esse presente a vida ia nos dar

Ainda surpreso eu pondero
A mulher não cometeu erro nenhum
Pois me disse que acreditava ser o divórcio um adultério
E que jamais me induziria à separação
Pois a única separação que existia no casamento
Estava naquele sagrado juramento
Que dizia:

“Até que a morte nos separe”

“Eu esperei por você”
“Pois você era o único homem que eu queria ter”
“Se eu tivesse que esperar mais dez anos para tê-lo ao meu lado”
“Eu esperaria”
“Pois você é o único homem que eu queria em minha vida”

Ainda sem conseguir conter o meu espanto
Nós nos abraçamos e nos beijamos
Seus cabelos negros eram tão perfumados
Que meu sofrimento era logo superado

Em um ano nos casamos
Com grande alegria nós festejamos
O champanhe de braços dados nós bebemos
E os convidados parabenizavam nosso momento

Nossa lua de mel foi tão linda
Tudo parecia ir bem em nossas vidas
Você dorme nua ao meu lado na cama
As velas iluminavam o quarto com suas chamas

Não sei se era para ser
Mas não desperdicei esta chance de viver
Talvez só o destino possa explicar
Mas farei tudo para essa felicidade durar



terça-feira, 16 de maio de 2017

Les Froids Souvenirs d'un Enfant




Quand j’étais un enfant je suis grandi au quartier Anhangabaú. Il est un vieux quartier et il y avait peu d’enfants, donc je jouais seul au cour. Je me souviens qui une nuit j’ai demandé à une étoile que je pouvais voler. Le prochain matin je me suis reveillé et me sentais deçu et trahi, parce que mon désir n’a pas été réalisé.   

Il y avait un parc près de chez moi appelé Parque da Uva. Là je jouais avec un arme en plastique qui mon père m’a donné comme cadeau, une réplique de la magnifique M16. Comme j’amais ce fusil, je passais des heures en prétendant que j’étais un soldat, je même avais une grenade du Rambo. Donc, au un beau jour, mes jouets sont disparus. J’ai jamais eu le courage de questioner mes parents s’ils les ont jetés, peut-être ma joie les ont rappelés de ses vies manqués, et ces jouets étaient les uniques que j’avais. Probablement si j’ai les eu encore, aujourd’hui je serais d’Armée.    

J’etudiais à une école du quartier Parque do Colégio. Là j’ai connu un garçon qui pendant sept ans a été au même classe que moi. Il était un garçon noir plus haut et plus fort, et un peu plus vieux aussi. Par quelque raison il m’a envié, et il a passé toutes ces années en train de m’envier. J’ai jamais compris pourquoi quelqu’un tant supérieur et plus fort pouvais envier quelqu’un comme moi, mais depuis que j’ai le connu j’ai jamais permis ce type de sentiment dans moi, pour ne me ressembler pas tant ridicule, manqué et pathétique comme lui.  

Un habitude ancien que je peux rappeler et qui aujourd’hui il n’y a plus sont les sessions de Lan-house. À la avenue 9 de Julho il y avaient plusieurs de ces maisons et beaucoup de mes amis passaient heures là, parfois ils ont eu sessions nocturnes jusqu’à l’aube. Je n’ai pas joué beaucoup, parce que je les trouvais trop chères et rarement j’ai eu argent, mais les jeus ont été amusants et je les aimais. Avec la baisse de prix et la popularisation de la ligne “broadband” cet habitude a disparu, mais ils ont été beaucoup de sessions, championnats et amitiés faites dans ces petites espaces d’amusement.   

J’avais l’habitude d’aller au cimetière du centre-ville avec deux amies pour boire le vin. La paix et tranquillité de cette ambiance beaucoup me plaisais, je n’écoutais pas un seul bruit du centre-ville là-bas. Quand je voudrais de rester seul pour réfléchir sur mes illusions d’adolescent, je m’assoyais entre ces magnifiques tombes et je passais un temp à reposer.  

J’aime cette ville, elle vis dans ma coeur. Et à le jour que, en obscurité, je descendre à la tombe, je veux être enterré ici, à ma chèrie ville de Jundiaí.
 

quinta-feira, 9 de março de 2017

Secretamente Triste




Nasci em um país perfeito
Onde os impostos altos e a desigualdade
Destroem os meus sonhos e minhas vontades

Nasci em uma família perfeita
Onde tenho por parâmetro não ser
Tudo aquilo o que eles insistem em ser

Novamente o ônibus lotado
Trânsito pesado, poluição e ar condicionado
O estresse de uma rotina de amargura e penúria
Só mais um dia em minha vida de tristeza e angústia

Não converso mais com ninguém
Ouvir seus problemas não me faz bem
Os mesmos problemas que nunca vão embora
Por que a solução tanto demora?

Parece que seus sonhos não se realizaram
E que ninguém conseguiu superar seus passados
Que sua vontade natural de independência
Os condenaram à uma família interesseira

Parece que eles não se esqueceram de seus antigos amigos
Que lhes rejeitaram, abandonaram e lhes trataram como inimigos
Que sua vontade de se vingar, sendo entre eles o melhor
Os afundaram no fracasso, sendo de todos eles o pior

Parece que seus sonhos de fazer uma faculdade
Não se realizará devido a tantas dificuldades
Problemas financeiros que assolam tantas famílias
Sufocam seus talentos, impedindo-os de mudar suas vidas

Os solteiros sofrem por não ter alguém
E não conseguem achar quem eles queiram também
Os casados sofrem de isolamento físico, afetivo e emocional
E em suas faces eu vejo que seus casamentos vão muito mal

Poluição atmosférica
Calor, frio e confusão pluviométrica
Poluição audiovisual
Pelos cantos sujeira e matéria fecal

Meus sapatos velhos pisam no asfalto
Eu atravesso a avenida entre os carros e o som alto
Nesse mundo há escassez de oportunidades e de provisões
Onde abandonamos nossa humanidade, disputando-as como cães

O mundo nos odeia
E seu ódio implacável nos rodeia
Ele quer nos tragar em nossa agonia
E segue nos torturando dia após dia

A depressão de nunca poder se abrir
A certeza de ninguém querer te ouvir
O passado que você não consegue superar
O futuro que você não consegue mais sonhar

Cresce a fila nos hospitais
Quem entra lá, vivo não sai mais
Cresce o índice de desemprego
E eu precisando tanto de dinheiro

O desespero preenche o vazio
Eu não aguento mais esse sofrimento comigo
E sem mais ter forças para o suportar
Vem crescendo a vontade de me matar

Não sei que horas são
Tiro o celular do meu bolso, segurando-o em minha mão
Esse foi o tempo suficiente
Para que ladrões em uma moto aparecessem

Ladrões roubam o meu celular
O mesmo que demorei tanto para comprar
Que ainda faltava o pagamento de dez prestações
Estourando o limite dos meus dois cartões

Gente feia, agressiva em sua abordagem
Pela aparência pareciam até selvagens
Com revólveres velhos e até enferrujados
Nas laterais de suas cabeças, os cabelos raspados

Eles puxam o aparelho junto com o fone de ouvido
Aquele que eu gostava tanto de tê-los comigo
No celular tinha as músicas que eu gostava de escutar
Que me distraíam da realidade dura que eu era obrigado a suportar

Assim como vieram, eles vão embora de repente
E assustado, me pressiono de costas contra a parede
Sem fôlego eu me sento ao lado dos montes de lixo
E do fedor nojento de urina de mendigo

As lágrimas ácidas saem em ebulição
E pareciam queimar a palma de minhas mãos
As pressiono fortemente contra meus olhos e meu rosto
Lamentando essa vida miserável de puro desgosto

Horas se passam
As pessoas me viam, mas me ignoravam
Eu devo ter adormecido na rua, como um bicho
Ao lado daquilo que eu era, um monte de lixo

Nem me lembro mais do que havia comigo
Olhando ao meu lado, eu vejo a pasta com os currículos
Eles eu sei que hoje não vou mais entregar
Não existe situação ruim que não possa piorar

Não posso me lamentar com ninguém
Amigos, conhecidos ou familiares também
Minha própria mãe não queria que eu existisse
Então eu sigo vivendo assim

Secretamente triste