terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Reflexões Filosóficas #3




[Passagens retiradas do primeiro livro que eu escrevi. São trechos filosóficos no contexto do capítulo]

Felicidade

A Felicidade é logicamente relativa, mas o ébrio, o êxtase e o prazer dela derivados são exatamente a interrupção momentânea da Tristeza, analogicamente sendo a reles minoria das ilhas no imenso oceano.
Não existe sorte, não existe técnica, não existe milagre, a tristeza é tão perene e presente que sufoca a breve felicidade, impedindo que sua vida seja mais do que a possível ruína.
Se pararmos para nos lembrar dos raros dias felizes que tivemos, veremos que na verdade eles foram péssimos e ilusórios. Não existe fim para a tristeza, estamos sujeitos a elementos e fatores que drenam a força e a coragem diariamente.
Fatalmente não existe limite para a insatisfação, o que puder ser mudado será por consequência de nós mesmos, ou o que fizermos de nós mesmos.


O Corpo, a Carne e os Ossos

Além das inúmeras habilidades e capacidades da inteligência humana, existem os dons contrários da carne, que são a porta de entrada quando conhecemos os outros. A presunção do Homem em achar que é superior, regente dos animais e da natureza é tão irrisória quanto absurda.
O Homem inteligente e racional é seu atributo secundário, o Instinto é seu ditador, o homem reage segundo suas vontades mais básicas. O orgulho, a inveja, a avareza são provenientes deste instinto deturpado, aprisionam o homem e o destroem, fazem de si um escravo de seu próprio egoísmo. Não devemos nos apegar às coisas materiais, não devemos ser presunçosos em relação ao futuro e nem em relação ao amor.
O Homem inteligente jamais será superior ao animal denominado erroneamente de irracional. Suas semelhanças e formas de organização são tão próximas que se tornam idênticas. Os fortes atacam e humilham os mais fracos como os leões e suas presas. O homem é regido por um monarca como as abelhas e sua rainha. O gênero masculino luta entre si pela fêmea como os alces. Em situação de fome extrema, a raça humana comete canibalismo como os ratos. Todas estas aproximações são válidas no nível social de comportamento, por mais misantrópica que seja.
A carne jamais será superiora ao aço, ao fogo, à velhice ou à morte. Seus limites nunca serão sobrepujados por mais que a inteligência e a técnica evoluam.  
             


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