quarta-feira, 29 de setembro de 2021

E De Repente a Dor Vem


 

E de repente a dor vem

Vem sem avisar ninguém

E de repente ela aparece

Ninguém sabe como acontece

 

Problemas que eu não sabia que tinha

Apareceram enquanto eu envelhecia

Acidentes que sofri no passado

E que deixaram meu corpo sequelado

 

A dor sempre esteve comigo

Não me abandonou como meus amigos

Minha única companheira nessa vida

A dor é minha única família

 

Preocupações, desregulação do sono e variações do humor

Prejudicando meu casamento

Causando desentendimento

Apagando o pouco que temos

Da chama do nosso amor

 

Maldita dor de cabeça

Que habita minha mente e não me deixa

O pensamento excessivo que me desgasta

Me tornando uma pessoa distante e carregada

 

As dores nas costas me assombram

Eu tenho medo de fazer força de novo

E minha coluna não suportar a carga

E novamente deixar minhas costas travadas

 

Meus ossos se estralam de repente

Fraturas e trincas não se colaram corretamente

Dor quando esquenta, dor quando esfria

Sofrimento em qualquer clima

Doendo dia após dia

 

Meu estômago é sensível

A causa da dor está no invisível

Sou um poço de energia negativa

Tudo o que é mal se atrai à minha vida

 

Terrível dor emocional

Rejeição, abandono, carência e o mal

Em mim esse sofrimento é eterno

Eu tenho um gostinho de como será o inferno

 

E nessas trevas por onde passeia a minha alma

Em que a dor se encosta e não me deixa ir embora

Suplico ao meu amor para que venha me socorrer

E para o meu deus que de mim pareceu se esquecer

 

 

 

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Sozinho em Casa

 


(Artista desconhecido)


Estava chovendo 
Está anoitecendo

Estou sozinho aqui dentro
E ninguém vem me visitar

Está escurecendo
As luzes não estão acendendo
Cortaram o fornecimento
E no escuro eu vou ficar

Está esfriando
Não há cobertores me esquentando
Não tenho blusas ou mesmo panos 
E com frio eu vou ficar

Estou com tanta fome
Não há água para que eu tome
Não há comida para que eu almoce
E eu não sei cozinhar

Estou tão sozinho
Eu não tenho mais amigos
Minha mãe me rejeitou como filho
E meu pai comigo não me quer ficar 

Estou desprotegido
Eu sou tão pequenininho
Os muros de casa são tão baixinhos
E minha casa não poderei guardar

Estou tão cansado
Minha cama e colchão foram levados
Hoje durmo no chão gelado
E como um cachorro vou me deitar

Portanto eu digo 

Deus, se o Senhor existe
Se se importa comigo triste
Peço para me levar

Deus, se é mesmo Deus
Peça para os anjos seus
Ou mesmo ao diabo vir me buscar

Porque ninguém me alimenta
Ninguém me aceita
Ninguém me educa
E ninguém me escuta

Ninguém me aquece
Ninguém me veste 
Ninguém me conforta 
E ninguém se importa 

Todos sentem ódio de mim
Sentem raiva de mim
Sentem pena de mim 
O seu desprezo é assim 

E no escuro
No frio
Na fome
E no chão
Peço de todo coração
Que me leve dessa vida desgraçada
E que não mais me deixe
Sozinho em casa