sexta-feira, 12 de junho de 2015

Na Solidão Do Oceano



Os golfinhos são tão lindos
Em bandos eles nadam se divertindo
Acima e abaixo uns dos outros
Flutuando no mar caloroso

Mas nem todos estão felizes
Um deles está triste
E suas lágrimas se confundem com a água do oceano
E em seus cânticos ele parece estar chorando

Os outros estão sempre brincando
Nadando felizes e cantando
Os mais jovens estão namorando
Sobre as ondas eles estão saltando

As brincadeiras não mais o diverte
O acasalamento não mais o compele
Com mais nada ele se sente satisfeito
Devido à grande dor que sente por dentro

Afastando-se discretamente do bando
Sozinho ele nada pelo oceano
Mergulhando nas covas mais fundas
Escondendo-se nas profundezas escuras

Na superfície ele vê um barco chegando
O líder disse para ficar longe dos humanos
O golfinho não se importa mais com seus receios
Ele está cansado de viver com tanto medo

O golfinho ergue sua cabeça pedindo carinho
Por muito tempo ele esteve sozinho
Mas os humanos são cruéis e assassinos
E não ligam para os que estão depressivos

O golfinho debate-se bravamente
Levado para o barco preso numa rede
Os humanos espetam seu corpo com lanças
Enquanto sangra ele ouve o riso das crianças

Ele chora em lamento
Mas ninguém parece ouvir seu sofrimento
Enquanto os humanos dilaceram o seu corpo
Estranhamente ele sente conforto

Pendurado pela cauda
Sua carne é separada de sua alma
Então o alívio aparece de outra forma
O fardo da dor fica na carcaça morta

A dor é deixada para trás
A tristeza ele não sente mais
Na carne e no sangue estavam o buraco
O vazio que nunca pôde ser curado

O golfinho agora nada mais rápido e distante
Seu espírito brilha mais que o diamante
Em alegria ele canta euforicamente
Agora ele pode ser feliz finalmente

Então ele nada livremente pelo oceano
Exultando a felicidade em seus cânticos
A morte veio e o libertou de sua aflição
Nunca mais ele sentirá a depressão

No oceano das eternas correntes
Onde tudo muda constantemente
Seu espírito nada euforicamente
Para sempre


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